História da Itália

A Itália é um país da Europa meridional que faz fronteira ao norte com França, Suíça, Áustria e Eslovênia, cujo território principal forma uma península no mar Mediterrâneo e inclui duas grandes ilhas, a Sicília e a Sardenha. Sofreu, historicamente, a influência de etruscos, gregos e celtas antes de ser unificada em 262 a.C. pelo domínio romano. Roma continua a ser a capital da Itália até hoje. O nome Itália vêm da Roma antiga. Os romanos chamavam de Itália o sul da península Itálica ou Apenina, que significa "terra de bois" ou "terra de pastos".

Antiguidade

A Itália influenciou bastante o desenvolvimento cultural e social de toda a Europa mediterrânea, bem como teve muita influência sobre a cultura européia. Importantes culturas e civilizações existiram no país desde o século VIII a.C., os gregos fundaram colônias na Sicília e no sul da Itália (Magna Grécia). Ao mesmo tempo, se instalavam na Itália os etruscos, que dominaram a região central da Península Itálica durante séculos. A civilização etrusca conheceu seu apogeu nos séculos VI e V a.C.

Império Romano

O Império Romano é a fase da história da Roma Antiga caracterizada por uma forma autocrática de governo. O Império Romano sucedeu a República Romana que durou quase 500 anos (509 a.C. – 27 a.C.) e tinha sido enfraquecida pelo conflito entre Caio Mário e Sulla e pela guerra civil de Júlio César contra Pompeu.[2] Muitas datas são comumente propostas para marcar a transição da República ao Império, incluindo a data da indicação de Júlio César como ditador perpétuo (44 a.C.), a vitória do herdeiro de Otávio na Batalha de Áccio (2 de setembro de 31 a.C.), ou a data em que o senado romano outorgou a Otávio o título honorífico Augusto (16 de janeiro de 27 a.C.).[3]


No século IV, o imperador Constantino reconstruiu a cidade grega de Bizâncio, chamando-a de "Nova Roma". Após sua morte, a cidade foi renomeada Constantinopla (atual Istambul) e gradualmente transformou-se na capital do Império, originando o que mais tarde seria chamado de Império Bizantino. Roma permaneceu como capital do Império do Ocidente até sua queda em 476. Após a morte do imperador Teodósio, em 395 d.C., o Império foi definitivamente dividido em dois. Sobrevieram então as invasões bárbaras. No século V, Roma foi invadida pelas tribos bárbaras dos visigodos e vândalos.
Alarico, rei dos visigodos, saqueou Roma em 410. Seguiu o saque do vândalo Genserico em 455.

 Idade Média

Em 476, Odoacro, rei dos hérulos, depôs o imperador Rômulo Augústulo, pondo fim ao Império Romano do Ocidente, e assumindo o título de rei da Itália. Esta data foi convencionada para marcar o início da Idade Média.

Em 488, Teodorico, rei dos ostrogodos, invadiu a península Itálica e se proclamou soberano absoluto, mas após sua morte (526), seu reino entrou em decadência. Justiniano I, imperador romano do Oriente, restabeleceu a autoridade bizantina na maior parte da península e Ravenna tornou-se capital da Itália bizantina.

Em 568, os lombardos, outro povo germânico, invadiram a península e a controlaram quase toda, com exceção do enclave bizantino ao norte, o exarcado de Ravenna. Além do Reino Lombardo, os lombardos fundaram os ducados de Spoleto e Benevento.

A partir de então, a Itália teve três capitais: Roma, sede do papado; Ravenna, onde ficava o exarca, representante do imperador; Pavia, onde se tinha fixado o rei lombardo.


Renascimento

O Renascimento é a ponte entre e Idade Média e a Era Moderna. O saber passou a ser o centro de todas as atenções nesta época. A Itália ofereceu à humanidade nestes séculos contribuições de homens notáveis em muitos campos do conhecimento, como por exemplo: na Pintura e Escultura: Michelangelo, Raffaello, Tiziano, Tintoretto e Leonardo da Vinci; na Arquitetura: Brunelleschi; na Física: Leonardo da Vinci, talvez o gênio mais eclético da humanidade; nas Ciências Políticas: Maquiavel; nas Ciências Contábeis: Luca Pacioli.



A Influência da Igreja Católica continuou sendo muito grande, e por muitas vezes, Roma estabeleceu confrontos abertos com as cidades-estado apoiada por potências estrangeiras, como por exemplo, Papa Alexandre VI, que favoreceu a influência espanhola na Itália. O país, então dividido entre cidades-estado rivais, passou a sofrer grande influência espanhola (1559-1700).


O domínio espanhol e austríaco (séculos XVII-XVIII), o desmembramento extremo do país e o deslocamento das vias marítimas em detrimento do Mediterrâneo provocaram o declínio econômico da península. Pouco a pouco, as velhas cidades perderam sua influência em proveito do Reino da Sardenha (casa de Savóia).


Leonardo da Vinci

A república
Em 1946, depois da abdicação de Vítor Emanuel III e do efêmero reinado de Humberto II, a república parlamentarista foi proclamada na Itália após um plebiscito (2 de junho de 1946). A Assembléia Constituinte redigiu o rascunho da Constituição que entrou em vigor em 1 de janeiro de 1948. A campanha eleitoral que se seguiu à aprovação da mesma coincidiu com uma intensificação da Guerra Fria e levou a Itália à beira da guerra civil.


O período imediatamente após a guerra foi marcado por um crescimento econômico impressionante e uniforme, mas também por instabilidade política, caracterizada por frequentes mudanças de governo. A restauração política e econômica do país foi conseguida por De Gasperi, chefe dos democratas-cristãos (1946-1953). Apesar da instabilidade política e de numerosas dificuldades de ordem social, a Itália recuperou-se amplamente no plano econômico e acabou por se tornar membro fundador da Comunidade Econômica Européia (CEE) - atual União Européia - e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), fundada em 4 de abril de 1949. Em 14 de dezembro de 1955, a Itália tornou-se um membro da Organização das Nações Unidas (ONU).

O Primeiro Ministro italiano Aldo Moro.Em 1963, os elementos moderados do Partido Socialista Italiano (PSI]) sob a direção de Nenni, concordaram em fazer parte de um governo de centro-esquerda, fato que não ocorria desde 1947. O democrata-cristão Aldo Moro formou então um governo de coalizão com a participação de quatro partidos e ele mesmo assumiu o cargo de primeiro-ministro.


O Partido Comunista Italiano ajustou-se com sucesso à democracia, mas durante a década de 1970 o terrorismo político, apoiado inclusive pela Máfia, organização criminosa de origem secular, passou a criar grande insegurança, realizando sequestros e atentados políticos. O mais emblemático foi o sequestro e assassinato do ex-primeiro-ministro Aldo Moro pelas Brigadas Vermelhas, e a Itália empreendeu uma operação exemplar para reduzir a corrupção e eliminar a ação terrorista de esquerda. Este assassinato provocou uma profunda reformulação política na Itália, onde os governos da república, formados desde 1946, por coalizões dominadas pelos democratas cristãos, evidenciavam sua incompetência, sofrendo acusações de corrupção.


Em 1981, Giovanni Spadolini, líder do Partido Republicano, converteu-se no primeiro-ministro democrata-cristão depois da Segunda Guerra Mundial. As crises do governo de 1983 levaram à formação de um novo governo sob a direção de Bettino Craxi, o primeiro-ministro socialista desde a guerra. Em 1984, sob sua direção, o governo firmou um acordo com o Vaticano com o qual a religião católica deixou de ser a oficial do país.

Em 1985, com a vitória dos democratas-cristãos, Francesco Cossiga (1985-1992) foi eleito presidente, sucedendo ao socialista Sandro Pertini. Como primeiro-ministro, manteve-se o socialista Bettino Craxi, até 1987, quando renunciou; sucederam-lhes os democratas-cristãos.

O primeiro-ministro Silvio Berlusconi, magnata dos meios de comunicação.Francesco Cossiga convocou uma reforma contra a Máfia. Este processo foi longo e penoso, provocando inclusive o assassinato do juiz Giovanni Falcone, responsável pela prisão de mafiosos. Em 1988 e 1989, vários brigadistas foram condenados à prisão.

Em 1991, o Partido Comunista Italiano transformou-se em Partido Democrático de Esquerda. Intensificou-se a luta contra a Máfia. A partir de então, em 1992, o país aprofundou com sucesso a "Operação Mãos Limpas", expulsando da vida política e econômica do país personalidades envolvidas com a Máfia e a corrupção.

Nas eleições de 1994 uma coalizão de partidos de direita, a Aliança Liberdade, saiu vitoriosa. A Aliança Liberdade é formada pela Liga Norte (anteriormente chamada Liga Lombarda), a Aliança Nacional e o partido Força Itália, criado pelo magnata da mídia Silvio Berlusconi, que ocupou o cargo de primeiro-ministro. Sete meses depois foi forçado a renunciar, havendo sido eleito para o cargo o economista Lamberto Dini, o qual saneou as finanças e governou um ano com ministério técnico. Dini renunciou em janeiro de 1996, sendo sucedido por Antonio Maccanico.


Nas eleições gerais celebradas no início de 1996 foi vencedora a coalizão de centro-esquerda O Olivo, que levou Romano Prodi à presidência do Conselho. Em 13 de maio de 1999, Carlo Azeglio Ciampi foi eleito décimo presidente da República da Itália. Ciampi é um político independente que contou, nessas presidenciais, com o apoio da coalizão de centro-esquerda e da oposição de centro-direita liderada por Silvio Berlusconi. Elegeu-se por uma ampla margem de votos no primeiro turno (707 votos de 1.010 eleitores), o que não é comum na Itália. Os analistas atribuem o grande apoio com que contou à sua imagem de economista brilhante e trabalhador e à sua independência política.


O Primeiro Ministro italiano Aldo Moro